POLÍCIA - Franciele Fernanda vai à delegacia contra ofensas na web
Escrito por Alessandro Ferreira, G1 Rio
Franciele foi alvo de ataques racistas domingo (8), após se apresentar no programa de TV. Para ela, agressor precisa aprender que cometeu crime.
A jovem Franciele Fernanda da Silva Cruz, de 14 anos, esteve na Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) do Rio, na Zona Norte, na tarde desta terça-feira (10) para registrar uma queixa contra um homem que a atacou com comentários racistas em redes sociais. A menina foi agredida depois de sua estreia no programa The Voice Kids, quando cantou uma música de Milton Nascimento e atraiu a atenção do próprio compositor, que a elogiou em sua conta no Facebook.
A cantora foi ofendida em vários comentários feitos num post de Milton Nascimento, que havia elogiado sua performance cantando 'Maria Maria'. Franciele disse ter ficado muito triste e indignada ao ler as postagens racistas, feitas por um mesmo usuário.
"Fiquei muito feliz quando vi o post do Milton, ainda nem tive coragem de escrever agradecendo a ele. Depois vi as ofensas e fiquei triste, mas também indignada, por isso disse para minha mãe que queria fazer uma denúncia disso. E que outras vítimas, como eu, se inspirem para denunciar também", contou Franciele.
A mãe da menina, Irineia Prates da Silva, de 35 anos, disse que nunca havia acontecido nada semelhante com sua família desde que chegaram ao Rio, em fevereiro de 2016. Ela e a filha se mudaram em busca de oportunidades e aprimoramento profissional para a jovem, deixando para trás a pequena Araputanga, a 400 km de Cuiabá (MT).
"Primeiro pensei que era coisa de criança, mas quando vi que um homem adulto estava fazendo isso fiquei muito chocada e resolvi apoiar minha filha. Nunca passamos por isso aqui ou em nossa terra natal, é tudo muito triste", disse ela.
O professor de canto de Franciele, Diego Timbó, contou que o agressor chegou a ser alertado por internautas sobre seu comportamento, mas rebateu as críticas dizendo que não estava cometendo crime de racismo. "Ele parece não entende que sua conduta é criminosa, então viemos apoiar a Franciele para que ele aprenda. O que ele fez é, sim, crime", afirmou.